O climatério é definido como uma fase
transitória entre os períodos fértil e o não fértil ocorridos na mulher.
Atualmente há preocupação quanto às questões de qualidade de vida das mulheres
no período climatérico, pois além de ser um estágio que apresenta alterações
físicas, também apresenta alterações psíquicas, como irritabilidade, ansiedade
e depressão, que interferem de forma negativa na vida da mulher, podendo ser
amenizado com a intervenção de uma equipe multidisciplinar, já que a qualidade de vida depende também da prevenção ou
cuidado de agravos à saúde, tanto individuais
como populacionais. Nota-se também neste processo outros
tipos de mudanças, como o isolamento da mulher em relação a seus familiares e
amigos, atrapalhando ainda mais a vida psíquica e sócia. Embora o conceito de
beleza e o padrão ideal de corpo tenham se modificado ao longo da história
humana, eles têm sido sempre associados à imagem de poder, beleza e mobilidade
social. Essa busca da perfeição física (juventude) e saúde têm levado a
consequências psicológicas cada
vez mais sérias, ao enfrentamento do processo de envelhecimento.
Sobrepeso
e Obesidade na Menopausa:
Mulheres na menopausa sofrem mudanças metabólicas que resultam em
modificações na composição e distribuição do tecido adiposo, favorecendo o
aumento ponderal. Além
do aumento no peso corporal total (obesidade global), a menopausa tem sido
associada a um maior acúmulo de gordura no abdômen (obesidade abdominal).
Inúmeros estudos relatam a influência da transição menopausal nas mudanças
desfavoráveis na distribuição de gordura corporal, contribuindo para explicar o
maior risco cardiovascular em mulheres nessa fase da vida, havendo
uma alta frequência de obesidade e perfil androide em mulheres climatéricas.
Nesses anos que seguem na menopausa,
o excesso de peso é particularmente mais prevalente entre o sexo feminino.
Estima-se que aproximadamente 30% das mulheres ocidentais adultas são
portadoras de obesidade.
Distúrbios
Nutricionais e Estilo de Vida: A
alimentação desequilibrada e o sedentarismo constituem os fatores mais
frequentemente apontados como determinantes do súbito aumento dos casos de
obesidade entre as populações, representando, portanto, variáveis importantes a
serem exploradas, especialmente em alguns grupos mais vulneráveis, como
mulheres na pós-menopausa. É possível dizer também que o estresse oxidativo é
mais significativo no ganho de peso global com a idade do que tão somente pelo
envelhecimento.
Além
de uma dieta equilibrada e variada, também é crucial a prática de atividade
física (antes e durante) o período climatérico. Essa prática resulta em vários
benefícios, como a melhora das ondas de calor na pós-menopausa, sendo que o
mais apropriado para mulheres nesse estágio da vida seria a prática da
caminhada regular com duração de 150 minutos semanais.
Poucos
estudos mostram o que realmente pode ser feito no período climatérico para que
não haja um ganho excessivo de peso, resultando em outras complicações crônicas
de saúde. Intenta-se, atualmente, maior humanização na abordagem das mulheres e
no relacionamento coletivo das mesmas, tendo sempre o apoio de uma equipe
multidisciplinar que esclareça as dúvidas sobre a menopausa, para que as mesmas
cheguem ou passem por este período sem dificuldades, evitando os possíveis
problemas crônicos de saúde, além de aumentar a autoestima e consequentemente a
melhora da qualidade de vida.
O tratamento nutricional é
essencial por meio de intervenções que auxiliem na promoção de hábitos
alimentares saudáveis, promovendo a saúde da mulher além de considerar fatores
estéticos. Desse modo, considerando as estratégias nutricionais, o tratamento
da obesidade, deve incluir modificações no padrão alimentar para a melhoria da
saúde que resultam no efeito estético tão sonhado pela maioria das pessoas que
buscam o emagrecimento.
Texto
elaborado pelas nutricionistas:
Juliana da Silveira
Gonçalves
Mestre
e doutoranda em Ciências da Saúde – Instituto de Cardiologia, RS.
Especialista
em Nutrição Clínica – CBES, RJ.
Fitoterapia
– Universidade de Léon, Espanha.
Gina da Silva Carvalho
Pós-graduanda
em Nutrição Clínica e Estética pelo Instituto de Pesquisa e Ensino e Gestão em
Saúde – IPGS, RS.
Especialista
em Nutrição Clínica pelo Grupo de Apoio a Nutrição Enteral e Parenteral –
GANEP.
Érica Virginia Barbosa
Pós-graduanda
em Nutrição Clínica e Estética pelo Instituto de Pesquisa e Ensino e Gestão em
Saúde – IPGS, RS.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Silveira,
IL; Petrolina, PA; Souza, MO; Silva, TDNC; Duarte, JMBP; Maranhão, TMO et al.
Prevalência de sintomas do climatério em mulheres dos meios rural e urbano no
Rio Grande do Norte, Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet 2007; v.29, n.8, p:
415-422.
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GM, Rosa GDM. Conhecimento e
significado cultural da menopausa para um grupo de mulheres. Rev. Esc.
Enferm. 2008; v.42, n.1, p: 81-89.
Figueiredo
NJA, Figuerêdo ED, Barbosa JB, Barbosa FF, Costa GRC, Nina VJS et al. Síndrome metabólica e menopausa: estudo transversal em ambulatório de
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