sexta-feira, 3 de junho de 2016

A Influência e o Impacto do Climatério na Estética Corporal Feminina



O climatério é definido como uma fase transitória entre os períodos fértil e o não fértil ocorridos na mulher. Atualmente há preocupação quanto às questões de qualidade de vida das mulheres no período climatérico, pois além de ser um estágio que apresenta alterações físicas, também apresenta alterações psíquicas, como irritabilidade, ansiedade e depressão, que interferem de forma negativa na vida da mulher, podendo ser amenizado com a intervenção de uma equipe multidisciplinar, já que a qualidade de vida depende também da prevenção ou cuidado de agravos à saúde, tanto individuais como populacionais. Nota-se também neste processo outros tipos de mudanças, como o isolamento da mulher em relação a seus familiares e amigos, atrapalhando ainda mais a vida psíquica e sócia. Embora o conceito de beleza e o padrão ideal de corpo tenham se modificado ao longo da história humana, eles têm sido sempre associados à imagem de poder, beleza e mobilidade social. Essa busca da perfeição física (juventude) e saúde têm levado a consequências psicológicas cada vez mais sérias, ao enfrentamento do processo de envelhecimento

Sobrepeso e Obesidade na Menopausa: Mulheres na menopausa sofrem mudanças metabólicas que resultam em modificações na composição e distribuição do tecido adiposo, favorecendo o aumento ponderal. Além do aumento no peso corporal total (obesidade global), a menopausa tem sido associada a um maior acúmulo de gordura no abdômen (obesidade abdominal). Inúmeros estudos relatam a influência da transição menopausal nas mudanças desfavoráveis na distribuição de gordura corporal, contribuindo para explicar o maior risco cardiovascular em mulheres nessa fase da vida, havendo uma alta frequência de obesidade e perfil androide em mulheres climatéricas.

            Nesses anos que seguem na menopausa, o excesso de peso é particularmente mais prevalente entre o sexo feminino. Estima-se que aproximadamente 30% das mulheres ocidentais adultas são portadoras de obesidade.

Distúrbios Nutricionais e Estilo de Vida: A alimentação desequilibrada e o sedentarismo constituem os fatores mais frequentemente apontados como determinantes do súbito aumento dos casos de obesidade entre as populações, representando, portanto, variáveis importantes a serem exploradas, especialmente em alguns grupos mais vulneráveis, como mulheres na pós-menopausa. É possível dizer também que o estresse oxidativo é mais significativo no ganho de peso global com a idade do que tão somente pelo envelhecimento.

Além de uma dieta equilibrada e variada, também é crucial a prática de atividade física (antes e durante) o período climatérico. Essa prática resulta em vários benefícios, como a melhora das ondas de calor na pós-menopausa, sendo que o mais apropriado para mulheres nesse estágio da vida seria a prática da caminhada regular com duração de 150 minutos semanais.

Poucos estudos mostram o que realmente pode ser feito no período climatérico para que não haja um ganho excessivo de peso, resultando em outras complicações crônicas de saúde. Intenta-se, atualmente, maior humanização na abordagem das mulheres e no relacionamento coletivo das mesmas, tendo sempre o apoio de uma equipe multidisciplinar que esclareça as dúvidas sobre a menopausa, para que as mesmas cheguem ou passem por este período sem dificuldades, evitando os possíveis problemas crônicos de saúde, além de aumentar a autoestima e consequentemente a melhora da qualidade de vida.

O tratamento nutricional é essencial por meio de intervenções que auxiliem na promoção de hábitos alimentares saudáveis, promovendo a saúde da mulher além de considerar fatores estéticos. Desse modo, considerando as estratégias nutricionais, o tratamento da obesidade, deve incluir modificações no padrão alimentar para a melhoria da saúde que resultam no efeito estético tão sonhado pela maioria das pessoas que buscam o emagrecimento.

Texto elaborado pelas nutricionistas:

Juliana da Silveira Gonçalves

Mestre e doutoranda em Ciências da Saúde – Instituto de Cardiologia, RS.

Especialista em Nutrição Clínica – CBES, RJ.

Fitoterapia – Universidade de Léon, Espanha.

Gina da Silva Carvalho

Pós-graduanda em Nutrição Clínica e Estética pelo Instituto de Pesquisa e Ensino e Gestão em Saúde – IPGS, RS.

Especialista em Nutrição Clínica pelo Grupo de Apoio a Nutrição Enteral e Parenteral – GANEP.

Érica Virginia Barbosa

Pós-graduanda em Nutrição Clínica e Estética pelo Instituto de Pesquisa e Ensino e Gestão em Saúde – IPGS, RS.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Silveira, IL; Petrolina, PA; Souza, MO; Silva, TDNC; Duarte, JMBP; Maranhão, TMO et al. Prevalência de sintomas do climatério em mulheres dos meios rural e urbano no Rio Grande do Norte, Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet 2007; v.29, n.8, p: 415-422.

Costa GM, Rosa GDM. Conhecimento e significado cultural da menopausa para um grupo de mulheres. Rev. Esc. Enferm.   2008; v.42, n.1, p: 81-89.

Figueiredo NJA, Figuerêdo ED, Barbosa JB, Barbosa FF, Costa GRC, Nina VJS et al. Síndrome metabólica e menopausa: estudo transversal em ambulatório de ginecologia. Arq. Bras. Cardiol 2010; v.95, n.3, p: 339-345.

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