A
depressão é um distúrbio afetivo mais que comum nos dias atuais. Dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais de 350 milhões de pessoas
em todo o mundo sofrem com a doença e indicam, ainda, que a incidência é mais
forte no público feminino. Os principais sintomas são a falta de energia,
alterações de humor, falta de interesse e motivação para as atividades
cotidianas e crises de ansiedade.
O
cérebro humano produz uma série de substâncias químicas, os neurotransmissores,
que são responsáveis por controlar inúmeras funções em nosso organismo. A
depressão ocorre quando uma dessas substâncias, a serotonina, está em baixa.
Ela é capaz de fornecer ao cérebro a sensação de bem-estar, regulando o humor e
também dando a sensação de “saciedade”.
Algumas evidências sugerem que os fatores
relacionados com o estilo de vida, como a qualidade da dieta contribui para a
prevenção e o tratamento da depressão. Um estudo observacional realizado com
1.046 mulheres demonstrou que um padrão dietético alimentar saudável foi
associado com um risco reduzido de distúrbios depressivos clinicamente
diagnosticados, enquanto que um padrão dietético rico em alimentos processados
e gorduras saturadas foram associados ao aumento de sintomas da depressão.
Diversos estudos demonstram que a depressão
compartilha mecanismos fisiopatológicos comuns com a síndrome metabólica,
obesidade e doenças cardiovasculares. Os processos metabólicos e inflamatórios,
como a redução da sensibilidade à insulina, aumento dos níveis sanguíneos de homocisteína,
aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias e disfunção endotelial podem
ser os fatores responsáveis pela ligação entre a depressão e distúrbios
cardiometabólicos.
Por essa razão, padrões dietéticos que
reduzem a obesidade e o risco para doenças cardiovasculares podem estar
relacionados com a prevenção e contribuir com o tratamento da depressão.
Estudos de coorte têm sugerido um papel promissor entre a dieta mediterrânea e
prevenção primária da depressão. O estudo de Sánchez-Villegas, em 2009,
demonstrou que a maior aderência ao padrão da dieta mediterrânea foi associada
com uma redução substancial do risco de depressão.
Outros estudos identificaram que o consumo
excessivo de ácidos graxos trans e alimentos do tipo “fast-food” podem estar
associados com o aumento do risco de depressão, enquanto que os ácidos graxos
ômega-3 e a ingestão de azeite de oliva podem reduzir esse risco.
Quer saber quais alimentos melhoram o
humor e são ótimos no combate à depressão?
Ovos: Eles
são uma boa fonte de vitaminas do complexo B, que colaboram com o bom humor. O
recomendado é uma unidade por dia, no máximo. Quem tem colesterol alto deve se
preocupar com o consumo excessivo e evitar este alimento frito.
Castanha-do-Pará: É rica em selênio, um poderoso agente antioxidante.
A castanha pode ajudar na redução do estresse. São recomendadas de duas a três
unidades diárias.
Nozes e amêndoas: Também são fontes ricas de selênio e ajudam a
minimizar os sintomas. Recomendação é de quatro a cinco unidades de nozes ou 10
a 12 unidades de amêndoas. Também dá para fazer uma mistura dos dois sabores.
Mel: É
estimulante e ajuda na produção de serotonina, neurotransmissor responsável
pela sensação de prazer e bem-estar. Para usufruir dos benefícios, duas
colheres de sobremesa ao dia são suficientes.
Leite e iogurte desnatado: São fontes ricas de cálcio,
mineral que elimina a tensão e depressão. O cálcio ajuda a reduzir e controlar
o nervosismo e a irritabilidade. É recomendado o consumo de 2 a 3 porções por
dia.
Melancia, abacate, mamão, banana, tangerina e limão: Todas essas frutas são ricas em
triptofano, aminoácido que ajuda na produção de serotonina. É recomendado o
consumo de três a cinco porções de frutas todos os dias.
Laranja e maçã: São excelente fontes de ácido fólico, cujo consumo
está associado à menor prevalência de sintomas depressivos. Além de ser rica em
vitamina C, a laranja promove o melhor funcionamento do sistema nervoso,
garante energia, ajuda a combater o estresse e previne a fadiga.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Alimentos que ajudam no
combate à depressão. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br
Acessado em: 23/05/2016.
Bloch MH, Hannestad J. Omega-3 fatty acids for the
treatment of depression: systematic review and meta-analysis. Mol Psychiatry. 2012; v.17, n.12, p:1272-1282.
Castro,
RCB. Existe relação entre hábitos alimentares e depressão? Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 23/05/2016
Sánchez-Villegas
A, Martínez-González MA. Diet, a new target to prevent depression? BMC Med. 2013;11:3.
Sánchez-Villegas
A, Delgado-Rodríguez M, Alonso A, Schlatter J, Lahortiga F, Serra Majem L,
Martínez-González MA. Association of the Mediterranean dietary pattern with
the incidence of depression: the Seguimiento Universidad de Navarra/University
of Navarra follow-up (SUN) cohort. Arch
Gen Psychiatry. 2009; v.66, n.10, p:1090-1098.
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