Nozes, castanhas e amêndoas são sementes
oleaginosas ricas em compostos bioativos capazes de trazer diversos benefícios
à saúde, tais como ácidos graxos poli-insaturados e monoinsaturados, fibras,
potássio, selênio, magnésio, fitoesterois, vitaminas do complexo B, vitamina E
e compostos fenólicos.
Diversos estudos têm associado o consumo destas
oleaginosas à diminuição da incidência de doenças cardiovasculares, cálculos
biliares e diabetes mellitus. Algumas evidências também sugerem efeitos
benéficos na diminuição do colesterol, diminuição do estresse oxidativo ( uma
das vias pelas quais se originam os radicais livres) e diminuição da
inflamação.
Durante muito tempo acreditou-se
que o consumo das oleaginosas poderia levar ao ganho exacerbado de peso, isso
porque estas sementes apresentam elevado teor calórico. Por exemplo, em 100
gramas de castanhas-de-cajú temos 570 kcal. O elevado teor calórico se deve,
principalmente, a grande quantidade de gordura presente nas sementes.
Entretanto, as gorduras destas oleaginosas são insaturadas e não contribuem
para a obstrução dos vasos sanguíneos, pelo contrário, auxiliam na diminuição
das placas de gordura (ateromas). Além disso, estudos epidemiológicos e ensaios
clínicos demonstraram que o consumo regular de castanhas, nozes e amêndoas não
contribuem para a obesidade e podem até auxiliar na perda de peso, pois diminuem
a deposição de gordura visceral (aquela gordura que fica nas camadas profundas
do abdome, entre os órgãos).
Mas como é possível introduzir
estas sementes na alimentação? Cada país tem uma recomendação diferente para
essas oleaginosas. Nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration)
sugere que sejam consumidas 45 g por dia de castanhas, nozes ou amêndoas
(equivalente a aproximadamente 270 kcal), pois há evidências de que reduzem o
colesterol e o risco para doenças cardiovasculares, se consumidas como parte de
uma alimentação com baixo teor em gorduras saturadas. No Brasil, as oleaginosas
se inserem no grupo dos óleos e gorduras, cuja recomendação é de uma porção ao
dia (aproximadamente 75 kcal, o equivalente, por exemplo, a 5 unidades (12,5 g)
de castanhas-de-caju).
O ideal é que estes alimentos
sejam consumidos diariamente e substituam, por exemplo, as gorduras saturadas
da nossa alimentação ou então, substituam os “biscoitos” do lanche da manhã ou
da tarde.
Mas atenção, para iniciar o
consumo das oleaginosas e desfrutar de seus benefícios é preciso tomar alguns
cuidados: preferir castanhas, nozes ou amêndoas torradas ou ao natural que não
sejam salgadas (o excesso de sódio pode aumentar os riscos para hipertensão);
confira a procedência das nozes e castanhas para evitar a contaminação por
fungos; não utilize nozes ou castanhas mofadas ou que tenham gosto estranho,
pois podem conter aflatoxinas, substâncias capazes de provocar câncer.
É importante salientar que os
efeitos benéficos das nozes, castanhas e amêndoas poderão ser melhor notados se
a ingestão frequente destas sementes estiver dentro de um contexto de
alimentação e estilo de vida saudáveis.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar
para a população brasileira : promovendo a alimentação saudável. Brasília:
Ministério da Saúde, 2006.
Nuts for life. Recommendations regarding nut
consumption by key health authorities. Disponível em . Acesso em 04
set. 2012.
Ros, E. Health benefits of
nut consumption. Nutrients, v. 2, n. 7, p. 652-682, 2010.
TACO. Tabela de Brasileira de Composição de Alimentos. 4. ed. NEPA: UNICAMP, 2011.
Schwarz, K. Já comeu a sua castanha hoje? Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
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