segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Triglicérides



Triglicérides são a forma de gordura mais comum no nosso corpo, e são utilizados para fornecer energia para o organismo. Podem ser adquiridos por meio da alimentação ou produzidos pelo próprio organismo, principalmente pelo fígado. O excesso desses lipídeos circulantes na corrente sanguínea é denominado hipertrigliceridemia, e está associada à deposição de gorduras nos vasos e a aterosclerose, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), pancreatite, esteatose hepática, isquemia cerebral e diabetes.

A hipertrigliceridemia pode ocorrer por vários motivos, que vão desde alterações genéticas até a presença de doenças não controladas, como o diabetes tipo 2 , hipotireoidismo, doença renal e a obesidade. Além disso, o uso regular de alguns medicamentos como os corticoides, betabloqueadores, diuréticos e anticoncepcional também podem provocar o aumento sérico desses lipídeos. Porém, o mais comum é que a hipertrigliceridemia seja provocada por abusos na alimentação, seja pelo excesso de consumo de carboidratos, lipídeos ou até mesmo do álcool.
Consumir excessivamente doces, massas, pães levam a um aumento da concentração sanguínea de triglicerídeos. Isso acontece porque esses alimentos irão ser quebrados em glicose e, se eles estão sendo consumidos além do que é recomendado, haverá a transformação dessa glicose excedente em triglicérides. O álcool se encaixa aqui, uma vez que apresenta em sua composição uma grande quantidade de açúcar. Quando há quantidades elevadas dos triglicerídeos, estes são armazenados no tecido adiposo, servindo como reserva energética para o caso de serem necessários futuramente. Enquanto não são utilizados, vão sendo acumulados e, consequentemente, geram o aumento de peso.  


Além disso, uma alimentação rica em gorduras saturadas e trans também promove maior concentração de triglicerídeos, uma vez que esse tipo de gordura leva ao aumento da VLDL-c, a lipoproteína de muito baixa densidade. A VLDL contém em sua composição uma grande quantidade de triglicerídeos, o que irá levar ao aumento da concentração sérica desse lipídeo e, consequentemente, haverá um aumento da deposição deles nos tecidos, como o adiposo e também nos vasos sanguíneos.

Orientação Nutricional
Mudanças na dieta e estilo de vida podem ajudar a reduzir os níveis de triglicerídeos. Isso inclui a elaboração de uma dieta balanceada, individualizada e que respeite os hábitos e cultura alimentar de cada um.
Deve-se adotar uma alimentação preferencialmente com baixo teor de carboidratos simples, como os refinados, que rapidamente são transformados em glicose no sangue. Evitar alimentos como pães e massas feitos com farinha branca, além de arroz branco, doces, refrigerantes, sucos prontos, bolos, biscoitos, açúcar refinado, bebidas alcoólicas, e dar preferência por alimentos feitos com farinha de trigo integral e grãos integrais tem se mostrado estratégia eficiente.
A diminuição do consumo de gorduras saturadas e trans também é recomendada. Elas são encontradas principalmente em alimentos industrializados, como biscoitos, sorvete, salgadinhos, embutidos, frituras e carnes gordurosas. Como a gordura é um nutriente importante para produzir hormônios e absorver vitaminas A,D,E,K, deve-se dar preferência pelo consumo de gorduras monoinsaturadas, que são encontradas em azeite de oliva, amendoim, girassol, milho, abacate, amêndoas, sementes de abóbora e gergelim, nozes; e as poli-insaturadas, presentes no óleo de linhaça e peixes ricos em ômega-3, como o salmão e atum.
Alimentos ricos em fibras solúveis, presentes nas frutas e leguminosas devem estar presentes na alimentação, pois auxiliam a diminuir o nível de triglicerídeos, por meio da alteração da absorção de lipídios no intestino, alterando o tamanho das lipoproteínas que são absorvidas nesse órgão, inclusive a VLDL.
É fundamental associar uma dieta equilibrada à prática de exercícios físicos, uma vez que estes aumentam a queima de gordura corporal, auxiliando na redução dos triglicerídeos. Escolha um exercício que lhe dê prazer. Muito mais do que ajudar a produzir endorfina, o exercício tem que produzir paixão! Então, movimente-se!
Texto elaborado por: Dra. Alessandra Paula Nunes
Nutricionista Mestre em Cardiologia
Especialista em Nutrição Clínica
Consultora da Asbran
Diretora da Salutem – Nutrição e Bem Estar
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.


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