segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Óleo, Sal e Açúcar



Alguns ingredientes são tão presentes no cardápio que passam despercebidos. Mas o hábito de colocar umas pitadas de sal a mais na comida, duas colherzinhas de açúcar no café ou caprichar nos temperos industrializados para garantir um sabor extra às receitas pode, com o tempo, causar problemas como hipertensão, diabetes e obesidade.

            Óleos, gorduras, sal e açúcar são produtos alimentícios com alto teor de nutrientes cujo consumo pode ser prejudicial à saúde: gorduras saturadas (presentes em óleos e gorduras, em particular nessas últimas), sódio (componente básico do sal de cozinha) e açúcar livre (presente no açúcar de mesa). O consumo excessivo de sódio e de gorduras saturadas aumenta o risco de doenças do coração, enquanto o consumo excessivo de açúcar aumenta o risco de cárie dental, de obesidade e de várias outras doenças crônicas.

            Além disso, óleos, gorduras e açúcar têm elevada quantidade de calorias por grama. Óleos e gorduras têm 6 vezes mais calorias por grama do que grãos cozidos e 20 vezes mais do que legumes e verduras após cozimento. O açúcar tem 5 a 10 vezes mais calorias por grama do que a maioria das frutas.

            Para garantir a saúde, o importante é consumir os ingredientes do dia-a-dia na medida certa. O óleo, o sal e o açúcar podem fazer parte de uma alimentação saudável. De acordo com o novo Guia Alimentar Para População Brasileira, desde que utilizados com moderação, esses produtos contribuem para uma alimentação mais diversificada e saborosa. Nas recomendações da nova edição do Guia Alimentar Para População Brasileira, existe inclusive a utilização de óleos, sal e açúcar nas preparações. Eles possuem um papel na dieta, mas sabemos que o excesso do consumo desses mesmos ingredientes está relacionado ao maior risco de doenças crônicas. Sempre que possível, é importante substituir produtos industrializados por naturais. Quanto menos componentes artificiais mais saudável será a alimentação.

SAL

           Já foi largamente utilizado para preservar alimentos perecíveis quando ainda não existia geladeira. Hoje, ainda é muito usado em alimentos industrializados, tais como: embutidos (salames, linguiças, salsichas, mortadelas, bacon), carnes salgadas, enlatados, conservas como picles, molhos e condimentados (mostardas, molho a base de soja, pimenta, ketchup), queijos amarelos, sopas e temperos do tipo concentrados em cubinhos.

            É grande fonte de sódio, mineral indispensável para o organismo, presente em boa parte dos alimentos. Vale lembrar que sódio e sal não são sinônimos, como muitos acreditam. O sódio é um dos componentes do sal.

            Nos rótulos, é apresentada a quantidade de sódio e não de sal, o que merece uma atenção a mais de nossa parte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece um limite máximo aceitável de ingestão diária de 5g (2.000mg de sódio) por pessoa, sendo 3g de sal adicionado e 2g do sal presente naturalmente nos alimentos. 

Benefícios

            O sal é necessário porque ajuda a manter em equilíbrio os fluidos do organismo, além de realizar a transmissão dos impulsos nervosos.

Pontos Negativos

            O consumo de sal é importante, mas sem exagero, principalmente quando responsável por alterações na pressão sanguínea (que depende de fatores físicos e genéticos), como a hipertensão.

            Outro mineral presente no sal, o iodo é um micronutriente essencial para o ser humano. Ele é utilizado na síntese dos hormônios tireoidianos, produzidos pela tireoide, glândula que se localiza na base frontal do pescoço, a triiodotironina e a tiroxina. Esses hormônios têm dois importantes papeis: ação no crescimento físico e neurológico; manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do calor do corpo).

            Se consumido em quantidades excessivas, o iodo pode causar uma doença conhecida como tireoidite de Hashimoto (em pessoas com predisposição genética a doenças autoimunes). Para prevenir o problema a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) reduziu a quantidade máxima de iodo permitida no sal.

TEMPEROS INDUSTRIALIZADOS

            São práticos e eficazes quando se trata de dar sabor aos alimentos. No entanto, as qualidades desses auxiliares na cozinha param por aí. Por trás da praticidade existem características que tiram seus méritos. Os temperos frescos e preparados em casa são sempre a melhor opção para quem preza não só o sabor, mas principalmente a saúde.

Benefícios

          Com o aumento no interesse pela gastronomia, o mercado de temperos industrializados cresce a cada dia. A grande diversidade de produtos disponíveis permite combinações criativas e saborosas. O importante é não tornar esses temperos parte do cardápio diário. 


Pontos Negativos

            A lista é extensa: ketchup, mostarda, molho inglês, de soja, de pimenta, para churrasco e temperos concentrados à base de carne, galinha e legumes encontrados em cubo, pó ou líquido apresentam quantidades elevadas de sal, sódio, gorduras e substâncias que irritam o sistema digestivo.

           Hipertensos devem ficar longe desse tipo de tempero, que também deve ser restrito para quem tem enxaqueca, gastrite, úlcera gástrica, diabetes, dificuldade de digestão e intolerância a corantes.

AÇÚCAR

    Existem muitos tipos de alimentos açucarados: os açúcares propriamente ditos, o mel, os alimentos elaborados com açúcares (xaropes, caldas, caramelos, balas, bombons) e os alimentos mistos que podem ser compostos por açúcares com amido (pães, doces, biscoitos, bolachas e bolos), açúcares com frutas (geleias, sucos concentrados e adocicados, doces em pasta, doces em calda, frutas cristalizadas, frutas glaceadas e picolés) e açúcares com leite (sorvetes em pasta, cremes, mousses e pudins).

       O açúcar é um termo genérico para carboidratos cristalizados comestíveis, principalmente sacarose, lactose e frutose e sua principal característica é o sabor adocicado. No singular, “açúcar” costuma se referir à sacarose, identificando outros açúcares por seus nomes específicos (glicose, frutose, etc.). Atualmente, podemos encontrar diversos tipos de açúcar no supermercado, sendo a sacarose a mais consumida e que apresenta mais subtipos (refinado, mascavo, demerara, cristal e etc.).

      A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o consumo do açúcar não ultrapasse 10% das calorias na dieta. Por exemplo, um adulto que consome 2.500 calorias por dia não deve ultrapassar 250 calorias por dia de açúcar. Cada grama contém 4kcal; logo, o consumo de açúcar deveria ser no máximo de 62,5g que corresponde, em medidas caseiras, a cerca de ½ xícara de chá de açúcar refinado.

Benefícios

            Contém substâncias que estimulam o cérebro a produzir serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e prazer.

Pontos Negativos

            Rico em calorias e pobre em nutrientes, motivos pelos quais devemos restringir ainda mais seu consumo. O excesso é a causa de uma série de problemas, muito além das cáries. A obesidade já é considerada uma questão de saúde pública, tamanha a quantidade de pessoas que sofrem da doença.

          Outro ponto negativo é a sobrecarga no pâncreas para produção de insulina (o pâncreas é o órgão responsável pela produção de insulina), que mantém os níveis de glicose controlados no sangue. 

            O aumento do nível de triglicerídeos também é um ponto negativo a ser considerado, pois o consumo exagerado do açúcar pode contribuir na elevação no nível de triglicerídeos, gordura perigosa, que ao se acumular pode obstruir as artérias. O resultado pode ser a maior chance de desenvolver doenças cardiovasculares.

ÓLEOS

            Os óleos se dividem em dois grupos, que grosseiramente podemos chamar de bons (as gorduras insaturadas) e ruins (as gorduras saturadas).

Gorduras insaturadas (monoinsaturadas e poli-insaturadas): Aumenta o HDL-colesterol, responsável por conduzir o colesterol para fora das artérias e, dessa forma, impedir seu acúmulo e prevenir problemas cardiovasculares. São encontradas nos óleos de oliva, canola, açafrão, girassol, milho e soja, além de estarem presentes no amendoim, castanha de caju, avelã, abacate, azeitona e peixes como salmão, atum, cavala, truta, sardinha e arenque.

Gorduras saturadas: Estudos indicam que essas gorduras aumentam os níveis de LDL-colesterol. Se consumidas em excesso, promove o acúmulo de colesterol nas paredes das artérias, a chamada aterosclerose, que aumenta a possibilidade de doenças cardíacas e neurológicas.

Benefícios

            Não podem faltar na dieta porque, além de fornecerem ácidos graxos essenciais, são imprescindíveis para a absorção das vitaminas A, D, E, K, chamadas de lipossolúveis.

Ponto Negativo

           No caso das gorduras saturadas, o excesso é altamente prejudicial à saúde, pois colabora para o acúmulo de gordura nas artérias, o que aumenta os riscos de aterosclerose.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Guia Alimentar Para a População Brasileira. Ministério da Saúde, 2014.

Óleo, sal e açúcar podem ser utilizados com moderação nas refeições. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 16/07/2016.

Philippi, ST. Silva, GV; Pimentel, CVMB. Grupo dos Açúcares e Doces. In: Philippi, ST. Pirâmide dos Alimentos: fundamentos básicos da nutrição. 1. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2008.

Sal, açúcar e outros ingredientes do dia-a-dia. Hospital Israelita Albert Einstein. Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 16/07/2016.

Sal e Sódio no Contexto Alimentar Contemporâneo. [Monografia]. Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, SBAN, 2014.


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