Os
chás estão em alta! Primeiro vieram os famosos chás obtidos da planta Camellia
sinensis (chá verde, branco e o amarelo) e agora a nova onda de saúde é o chá
de hibiscus, obtido do cálice da flor Hibiscus sabdariffa.
A planta que fornece a matéria prima
para essa preciosidade de sabor e saúde tem origem na Índia, Malásia e Sudão,
onde foi posteriormente levada para Sudeste da Ásia, América Central e África.
Conhecida popularmente no Brasil como hibisco ou hibiscus, também recebe outras
denominações como caruru-da-guiné, papoula, groselha, quiabo-de-angola,
azedinha, quiabo azedo, caruru azedo, rosele(a) e flor da Jamaica. Atualmente,
todo o hibiscus consumido é produzido na África e Ásia, e importado via
Alemanha para o Brasil.
Suas folhas, cálices, sementes e
fibras podem ser empregadas na indústria de tecidos, na alimentação de animais
e também no preparo de bebidas com fins tanto medicinais quanto culinários.
Estas estruturas vegetais são ainda ricas fontes de antioxidantes. Quando
trituradas estas representam expressiva fonte de proteínas e quando torradas
podem substituir o café. Além disso, também pode ser utilizado para fins
ornamentais, como é o caso do hibisco ornamental (Hibiscus rosa-sinensis)
empregado comumente nos jardins brasileiros e conhecido pela população como
hibisco-da-china ou rosa-sinensis.
As folhas de hibiscus in natura são
uma ótima opção para incrementar e deixar sua salada ainda mais nutritiva e
gostosa uma vez que são ricas em sais minerais e aminoácidos, além de conter
quantidades significativas de vitaminas A e B1. Além disso, as folhas, assim
como o caule desta planta podem se transformar em um ingrediente apreciável no
preparo de sopas, arroz e feijão e de cozidos. A exemplo disto, temos o largo
emprego das folhas do hibiscus no preparo de pratos típicos da culinária
nordestina, principalmente no Maranhão, em que elas são o ingrediente
fundamental do cuxá.
Além das folhas, as sementes de
hibiscus tem representado um subproduto de grande valia. Isso se deve ao fato
de que alguns estudos mostraram que estas podem ser potenciais fontes de
compostos antioxidantes. Esta estrutura vegetal pode ainda representar uma nova
fonte de óleos comestíveis, uma vez que apresenta características físicas e químicas
muito próximas das do óleo de milho.
Apresentando um precioso perfil
lipídico, a semente de hibiscus contém na sua composição os ácidos graxos
oleico, linoleico, esteárico e palmítico. O potássio, magnésio, sódio e cálcio
também podem ser encontrados em níveis significativos na semente.
Alguns testes realizados em ratos
com elevadas taxas de colesterol, demonstraram que o consumo de sementes de
hibiscus foi capaz de reduzir o colesterol total e também o LDL, o famoso
colesterol ruim. Considerado um alimento funcional nos países da Ásia (China,
Japão, Taiwan e Coréia), o hibiscus é amplamente utilizado na medicina
tradicional como uma alternativa contra a inflamação, hipertensão e até mesmo
na prevenção do câncer. Estudos afirmam que todo esse potencial preventivo
deve-se a presença de compostos com atividade antioxidante, que incluem as
antocianinas, ácidos polifenólicos, flavonoides e vitamina E e C.
Nos cálices de hibiscus são
encontradas as antocianinas delfinidina 3-xilosilglucosídio, cianidina
3-xilosilglucosídio, cianidina 3-glicosídeo e a delfinidina 3-glicosídeo.
Também se sugere que os benefícios proporcionados à saúde quando consumidos são
devido à presença de outras substâncias como a quercetina, gossipetina,
sabdaretina, hibiscetina, ácido ascórbico (apresentando valores superiores
quando comparados à laranja e manga), ácido protocateico e taninos.
Dentre todas as alternativas de
consumo do hibiscus, os chás são os que possuem maior destaque, sendo
extremamente atrativos devido a sua coloração vermelho brilhante e sabor
inigualável. Para a produção dos chás são empregados os cálices desidratados,
que representam sua estrutura de maior interesse econômico.
O chá contém uma quantidade
significativa de fibras alimentares, é rico em cálcio, niacina, ferro, magnésio
e vitaminas A e C. Possui também boas quantidades de polissacarídeos, açucares
redutores, incluindo a glicose e a frutose e ácidos como o tartárico,
succínico, málico, oxálico, cítrico e hibíscico.
Além de todas essa preciosidades,
não podemos esquecer de um dos componentes principais presentes no chá de
hibiscus: os flavonoides. Estes compostos em especial as antocianinas possuem
excelente atividade antioxidante auxiliando assim nosso organismo a combater os
famosos radicais livres e consequentemente reduzindo as chances de danos às
nossas células. Dessa forma, o chá de hibiscus é uma ótima alternativa na
prevenção de doenças crônicas como as cardiovasculares e o câncer. Além de
prevenir estas doenças o chá de hibiscus tem ação diurética, como anti-séptico
intestinal, leve ação laxante e também é empregado na prevenção de doenças
nervosas e pressão alta.
A utilização do hibiscus vai além
para a produção de bebidas, estes também são empregados na elaboração de
molhos, vinhos, geleias, conservantes e corantes. Na Nigéria, os cálices são um
ingrediente do “sorrel”(soborodo), uma bebida não alcoólica típica deste país.
E para finalizar, é válido lembrar
que o chá de hibiscus é totalmente livre de cafeína.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Bachiega,
P. Hibiscus: Saúde em Flor. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF,
ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
Maciel, M.J. Avaliação do
extrato alcoólico de Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) como fator de
proteção antibacteriana e antioxidante em alimentos. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, 2011.
Ramos,
D.D. et al. Antioxidant activity of Hibiscus
sabdariffa L. in function of spacing between plants and organic
fertilization. Ciência Rural, v.41, n.8, ago, 2011.
Vizzotto,
M.; Pereira, M.C. Hibisco: do uso ornamental ao medicinal. Embrapa.
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