sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Hibiscus: Saúde em Flor



         Os chás estão em alta! Primeiro vieram os famosos chás obtidos da planta Camellia sinensis (chá verde, branco e o amarelo) e agora a nova onda de saúde é o chá de hibiscus, obtido do cálice da flor Hibiscus sabdariffa.

            A planta que fornece a matéria prima para essa preciosidade de sabor e saúde tem origem na Índia, Malásia e Sudão, onde foi posteriormente levada para Sudeste da Ásia, América Central e África. Conhecida popularmente no Brasil como hibisco ou hibiscus, também recebe outras denominações como caruru-da-guiné, papoula, groselha, quiabo-de-angola, azedinha, quiabo azedo, caruru azedo, rosele(a) e flor da Jamaica. Atualmente, todo o hibiscus consumido é produzido na África e Ásia, e importado via Alemanha para o Brasil.

            Suas folhas, cálices, sementes e fibras podem ser empregadas na indústria de tecidos, na alimentação de animais e também no preparo de bebidas com fins tanto medicinais quanto culinários. Estas estruturas vegetais são ainda ricas fontes de antioxidantes. Quando trituradas estas representam expressiva fonte de proteínas e quando torradas podem substituir o café. Além disso, também pode ser utilizado para fins ornamentais, como é o caso do hibisco ornamental (Hibiscus rosa-sinensis) empregado comumente nos jardins brasileiros e conhecido pela população como hibisco-da-china ou rosa-sinensis. 



            As folhas de hibiscus in natura são uma ótima opção para incrementar e deixar sua salada ainda mais nutritiva e gostosa uma vez que são ricas em sais minerais e aminoácidos, além de conter quantidades significativas de vitaminas A e B1. Além disso, as folhas, assim como o caule desta planta podem se transformar em um ingrediente apreciável no preparo de sopas, arroz e feijão e de cozidos. A exemplo disto, temos o largo emprego das folhas do hibiscus no preparo de pratos típicos da culinária nordestina, principalmente no Maranhão, em que elas são o ingrediente fundamental do cuxá.

            Além das folhas, as sementes de hibiscus tem representado um subproduto de grande valia. Isso se deve ao fato de que alguns estudos mostraram que estas podem ser potenciais fontes de compostos antioxidantes. Esta estrutura vegetal pode ainda representar uma nova fonte de óleos comestíveis, uma vez que apresenta características físicas e químicas muito próximas das do óleo de milho.

            Apresentando um precioso perfil lipídico, a semente de hibiscus contém na sua composição os ácidos graxos oleico, linoleico, esteárico e palmítico. O potássio, magnésio, sódio e cálcio também podem ser encontrados em níveis significativos na semente.

            Alguns testes realizados em ratos com elevadas taxas de colesterol, demonstraram que o consumo de sementes de hibiscus foi capaz de reduzir o colesterol total e também o LDL, o famoso colesterol ruim. Considerado um alimento funcional nos países da Ásia (China, Japão, Taiwan e Coréia), o hibiscus é amplamente utilizado na medicina tradicional como uma alternativa contra a inflamação, hipertensão e até mesmo na prevenção do câncer. Estudos afirmam que todo esse potencial preventivo deve-se a presença de compostos com atividade antioxidante, que incluem as antocianinas, ácidos polifenólicos, flavonoides e vitamina E e C.

            Nos cálices de hibiscus são encontradas as antocianinas delfinidina 3-xilosilglucosídio, cianidina 3-xilosilglucosídio, cianidina 3-glicosídeo e a delfinidina 3-glicosídeo. Também se sugere que os benefícios proporcionados à saúde quando consumidos são devido à presença de outras substâncias como a quercetina, gossipetina, sabdaretina, hibiscetina, ácido ascórbico (apresentando valores superiores quando comparados à laranja e manga), ácido protocateico e taninos. 



            Dentre todas as alternativas de consumo do hibiscus, os chás são os que possuem maior destaque, sendo extremamente atrativos devido a sua coloração vermelho brilhante e sabor inigualável. Para a produção dos chás são empregados os cálices desidratados, que representam sua estrutura de maior interesse econômico.

            O chá contém uma quantidade significativa de fibras alimentares, é rico em cálcio, niacina, ferro, magnésio e vitaminas A e C. Possui também boas quantidades de polissacarídeos, açucares redutores, incluindo a glicose e a frutose e ácidos como o tartárico, succínico, málico, oxálico, cítrico e hibíscico.

            Além de todas essa preciosidades, não podemos esquecer de um dos componentes principais presentes no chá de hibiscus: os flavonoides. Estes compostos em especial as antocianinas possuem excelente atividade antioxidante auxiliando assim nosso organismo a combater os famosos radicais livres e consequentemente reduzindo as chances de danos às nossas células. Dessa forma, o chá de hibiscus é uma ótima alternativa na prevenção de doenças crônicas como as cardiovasculares e o câncer. Além de prevenir estas doenças o chá de hibiscus tem ação diurética, como anti-séptico intestinal, leve ação laxante e também é empregado na prevenção de doenças nervosas e pressão alta.
 
            A utilização do hibiscus vai além para a produção de bebidas, estes também são empregados na elaboração de molhos, vinhos, geleias, conservantes e corantes. Na Nigéria, os cálices são um ingrediente do “sorrel”(soborodo), uma bebida não alcoólica típica deste país.

            E para finalizar, é válido lembrar que o chá de hibiscus é totalmente livre de cafeína.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Bachiega, P. Hibiscus: Saúde em Flor. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br

Maciel, M.J. Avaliação do extrato alcoólico de Hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) como fator de proteção antibacteriana e antioxidante em alimentos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.

Ramos, D.D. et al. Antioxidant activity of Hibiscus sabdariffa L. in function of spacing between plants and organic fertilization. Ciência Rural, v.41, n.8, ago, 2011.

Vizzotto, M.; Pereira, M.C. Hibisco: do uso ornamental ao medicinal. Embrapa. 

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