Essenciais
para a saúde, eles equilibram o colesterol, evitam inflamações no organismo e
até ajudam a combater o câncer.
Certamente,
você já ouviu falar nos ômegas 3 e 6 — ainda existem os menos conhecidos, mas
igualmente importantes, 7 e 9. Também já deve saber que eles são substâncias
"do bem" e que devem ser consumidos como parte de uma dieta saudável.
Mas já se perguntou o que são, exatamente, os tais ômegas? São gorduras do tipo
insaturada, formadas por ácidos graxos, e popularmente conhecidas como
"gorduras boas". Os números 3,6,7 e 9 têm a ver com a composição
química desses ácidos graxos. O que difere uma
gordura da outra são as ligações de carbono em cadeia. No ômega 6, por exemplo,
a primeira ligação dupla de carbono deve ocorrer no sexto carbono. No ômega 3,
no terceiro. Quando presentes na dieta de forma equilibrada, todos os ômegas
têm papel fundamental para a saúde de forma geral, pois estimulam o crescimento
celular, preservam a saúde cerebral ocular e o sistema nervoso.
Também são utilizados como fonte de energia para o funcionamento do corpo. Por
isso, é importante que alimentos que os contenham, como peixes de água fria e
azeite de oliva, façam parte da dieta de maneira regular.
ÔMEGA 3
Existem
vários tipos de gorduras classificadas como ômega 3. Elas diferem quimicamente,
de acordo com sua forma e tamanho. As mais importantes são: ácido
eicosapentaenoico (EPA), ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido alfa-linolênico
(ALA). A principal função do EPA é produzir substâncias químicas chamadas
eicosanoides, que ajudam a reduzir a inflamação no organismo. Dessa forma,
combatem diversos males que têm esse fator como desencadeante, como a
obesidade, a artrite reumatoide e até algumas doenças cardiovasculares. Além
disso, equilibra os níveis de colesterol e de triglicérides no sangue, e também
ajuda a reduzir os sintomas da depressão. Já o DHA representa cerca de 8% do peso
do cérebro e é extremamente importante para o desenvolvimento e função normal
deste órgão. Estudos recentes relacionam o seu uso à melhora dos sintomas de
depressão, Alzheimer e distúrbios de comportamento, como hiperatividade e
déficit de atenção. Por fim, o ALA pode ser convertido em EPA e DHA, e é usado
pelo corpo principalmente como energia. Os ômegas 3 ainda têm papel importante
na saúde dos olhos. Estudos demonstram que essa gordura é capaz de proteger a
retina contra inflamações e preservar o funcionamento dos vasos sanguíneos
nesta região. Também existem evidências de que a substância atue no combate ao
câncer, inibindo a carcinogênese (processo de formação da doença) e o
crescimento de tumores e aumentando a eficácia de drogas quimioterápicas. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de pelo menos duas porções por
semana de peixes ricos em ácidos graxos, como o salmão selvagem, a cavala, a
sardinha, a anchova ou o atum. Mas o ômega 3 pode ser encontrado também nas
sementes de chia e de linhaça e nas nozes. Ainda existem ovos e leites
enriquecidos com a gordura.
A SUPLEMENTAÇÃO DE ÔMEGA 3 É NECESSÁRIA?
O
ômega 3 não é produzido naturalmente pelo organismo e a alimentação do
brasileiro nem sempre supre essa necessidade. No entanto, antes de partir para
as cápsulas, é bom saber que a suplementação só deve acontecer sob orientação
médica. O melhor mesmo é obterá gordura por meio da alimentação. A necessidade ou não
de suplementação é algo muito pessoal, que depende de vários fatores. Recomendo
o acompanhamento de um profissional para saber exatamente o que cada um
precisa. Até porque estudos recentes concluíram que a suplementação não protege
de eventos cardiovasculares maiores, como infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular cerebral e morte por doenças cardiovasculares. Por isso, cautela,
informação e avaliação de um médico ou nutricionista são importantes
ÔMEGA 6
A
gordura ômega 6 mais comum é o ácido linoleico (AL) que, depois de ingerido, é
convertido em ácido araquidônico (AA). Quanto às funções, o ômega 6 ajuda no
crescimento celular. Por isso, é muito importante para o desenvolvimento do
cérebro, dos músculos e da pele. Em proporções apropriadas, preserva os neurônios e permite
uma transmissão nervosa adequada. Por isso, estudos apontam seus efeitos na
prevenção do Alzheimer, uma doença neurodegenerativa. É bom saber que, se
consumido em excesso, o ômega 6 intensifica processos inflamatórios — que podem
se manifestar, por exemplo, na forma de hipertensão, aumento da dor nos casos de
artrite e até doenças inflamatórias intestinais. O consumo exagerado desse tipo
de ácido graxo também tende a estimular a produção de cortisol, hormônio
relacionado ao enfraquecimento do sistema imunológico, ao diabetes, elevação do
colesterol LDL (o "ruim") e redução do HDL (o "bom"). Por
isso, de maneira geral, ele não precisa ser suplementado. A ingestão de
alimentos ricos em ômega 3, por sua vez, balanceia o ômega 6. Vale lembrar que
sempre deve existir o equilíbrio. Se a ingestão dos ômegas for equilibrada,
contemplando uma maior quantidade de ômega 3 do que do 6, só há benefícios. Por
isso é interessante que haja o acompanhamento de um nutricionista, que vai
balancear a alimentação da maneira correta. A gordura pode ser encontrada nos
seguintes alimentos: azeite de oliva, óleos de soja e de milho, maionese,
nozes, sementes de girassol, amêndoas, amendoim e castanha de caju.
ÔMEGA 7
Ao
contrário dos ômegas 3 e 6, este ácido graxo não é considerado essencial, o que
significa que ele é produzido pelo organismo. Também conhecido como ácido
palmitoleico, foi o último dos ômegas a ser descoberto. Por isso, as pesquisas
sobre seus benefícios ainda estão no início. No entanto, existem evidências de
que ele possivelmente combate os fatores que causam a síndrome metabólica, atua
na regulação do metabolismo, equilibra o colesterol e pode diminuir o risco de
desenvolver diabetes tipo 2. É encontrado no óleo de macadâmia e, em menor
quantidade, no abacate.
Ômega 9
Assim
como o ômega 7, este tipo também é produzido pelo organismo. Por isso, não
recebe a denominação de essencial. No entanto, só pode ser aproveitado pelo
organismo com a ajuda dos ômegas 3 e 6. Por isso, a regra de ouro no consumo
dos ácidos graxos é, mais uma vez, o equilíbrio. Ele atua na produção de
hormônios sexuais e ajuda o organismo a absorver vitaminas com mais eficiência.
Pode ser encontrado em alimentos como azeite de oliva, óleos de
castanha de caju, de amêndoa, de abacate e de amendoim, além das castanhas e
nozes.
ALTERNATIVA VIÁVEL AO SALMÃO
O
salmão é o primeiro peixe que vem à mente quando se pensa em ômegas. De fato,
sua carne rosada e saborosa é uma excelente fonte do nutriente. No entanto, há
quem diga que o animal criado em cativeiro tem menos ômega 3 do que o salmão
selvagem. Mas será que é verdade? Assim como nós, o salmão também não produz o
ômega 3 — ele o obtém a partir do consumo de peixes menores e outras criaturas
que consomem plânctons e algas. Conforme ele se alimenta, esse ômega 3 vai para
a sua carne e é assim que também chega até nós. O salmão de cativeiro, no
entanto, é alimentado por ração. Por isso, há a crença de que ele não é uma boa
fonte de ômega 3, diferentemente do pescado selvagem. Na verdade, alguns
estudos já mostraram que isso não é real. A ração que alimenta o salmão é feita
à base de farinhas e óleo de peixe e ambos são fonte do ácido graxo. Portanto,
sua carne possui, sim o nutriente. Se, no entanto, o que impede de ter salmão
mais vezes à mesa é o custo elevado, há um outro peixe que o substitui — e com
louvor. Estamos falando da sardinha. Ela tem até mais ômega 3 do que o salmão —
em torno de 3.5 gramas contra 1.5 g, em 100 g. Versátil, pode ser assada,
empanada, grelhada, servir como recheio de tortas, e até em forma de patê.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores
físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Harfenist, L; Zilli, R.
Ômegas, as gorduras do bem. Hospital Sírio Libanês. Disponível em: www.hospitalsiriolibanes.org.br
Acessado em: 26/09/2016.
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