Presente em frutos do mar, carnes, cacau,
sementes oleaginosas e outros alimentos, o zinco é fundamental para a função
imunológica. Sua ação atinge todos os órgãos e tipos de células, compondo
centenas de enzimas-chave. A deficiência de zinco é comum, afetando
principalmente idosos e crianças. Além da idade, o estilo de vida, má
alimentação e doenças crônicas também podem reduzir o status de zinco, um fator
crítico que influencia a imunidade antiviral. Pessoas deficientes no mineral
têm maior risco de adquirir infecções por vírus. A quercetina ajuda na ação
antiviral do zinco e tem potente ação anti-inflamatória ajudando a prevenir uma
“tempestade de citocinas”.
Zinco
Zinco é o segundo mineral-traço mais abundante
no corpo humano, sendo um componente essencial da estrutura e função das
proteínas, participando de aproximadamente 750 fatores de transcrição genética,
e é um catalisador da ação de cerca de 2.000 enzimas. As evidências clínicas
mostram que o zinco atua como antiviral direto contra uma ampla variedade de
vírus, e como estimulante da imunidade antiviral, através de mecanismos
indiretos. O uso terapêutico de zinco para infecções virais como o herpes
simplex e o resfriado comum decorreu desses achados, e estudos mostraram a sua
ação contra o coronavírus SARS-CoV-1, que surgiu em 2002.
Deficiência
Indivíduos idosos são significativamente mais
suscetíveis à deficiência de zinco, aumentando suas probabilidades de adquirir
infecções virais com risco de vida. A suplementação é indicada sempre que
houver carência, e também no tratamento de viroses. A dose varia de 30 a 50 mg,
e as formas usuais são citrato, sulfato e quelato de zinco. Zinco potencializa
a ação da hidroxicloroquina e tem sido associado no tratamento da COVID-19.
Quercetina
As evidências sugerem que a razão pela qual a
hidroxicloroquina funciona para o COVID-19 é porque age como um ionóforo de
zinco, e o mesmo efeito ocorre com a quercetina, um polifenol presente em frutas, legumes e ervas. Ionóforo
pode ser definido como um transportador, ou seja, é uma molécula lipossolúvel
que facilita a passagem de íons através da camada lipídica da membrana celular.
Tanto hidroxicloroquina como quercetina atuam levando moléculas de zinco
presentes no compartimento extracelular para dentro das células. Porque isso é
importante? O zinco inibe a replicação viral, tanto do coronavírus como de
outros vírus.
Inflamação
e citocinas
Além de ampla ação antiviral, a quercetina regula
as propriedades funcionais de células imunes, inibe a liberação de citocinas
inflamatórias e histamina, e modula ou suprime muitas vias da inflamação.
Quercetina limita o NLRP3 inflamassoma, um componente do sistema imunológico
envolvido na liberação descontrolada de citocinas pró-inflamatórias, que ocorre
durante uma “tempestade de citocinas”, situação de alta gravidade na COVID-19
que produz uma hiperinflamação de difícil reversão, destruindo o tecido
pulmonar e podendo levar a óbito.
SARS-CoV-2
Estudos in vitro mostraram que a quercetina
exerce atividade antiviral contra o SARS-CoV-1, e os achados preliminares
sugerem que pode ter ação direta no SARS-CoV-2, responsável pela atual
pandemia. Órgãos de saúde aprovaram a quercetina como segura para consumo
humano, e as doses indicadas nos estudos variam entre 500 a 1000 mg por dia.
Como ela é um ionóforo de zinco, é importante suplementar o mineral em
conjunto, durante o tratamento. Nunca se automedique, procure o seu médico de
confiança.
Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki.
Título de Especialista em Nutrologia –
Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de
Nutrologia;
Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição
Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São
Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;
Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto
Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
*Medscape 2020. Chloroquine & Zinc Trials Underway for COVID-19
Prophylaxis.
*Advances in
Nutrition 2019. The Role of Zinc in Antiviral Immunity.
*Plos Pathogens 2010. Zinc Inhibits Coronavirus
& Arterivirus RNA Polymerase Activity In Vitro & Zinc
Ionophores Block the Replication of These Viruses in Cell Culture.
*Preprint 2020. Potential Inhibitor of COVID-19 Main Protease
From Several Medicinal Plant Compounds.
*Nutrients 2016.
Quercetin, Inflammation &Immunity.
*Journal of
Medical Virology 2020. Potential interventions for novel coronavirus in China:
A systematic review.
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