Mais de 40 tipos de coronavírus são
conhecidos, a maioria infecta animais, no entanto alguns sofrem mutações e migram
para hospedeiros humanos. No momento, há sete tipos que podem infectar humanos,
incluindo SARS-CoV (2002), MERS-CoV (2012) e o atual SARS-CoV-2 (2019). Talvez uma vacina eficaz contra o
coronavírus possa ser impossível de se produzir. Há indícios preocupantes sugerindo que
as pessoas podem ser reinfectadas com o vírus atual. Evidências dos coronavírus
anteriores mostram que a imunidade adquirida na infecção diminui rapidamente.
Nenhuma vacina foi aprovada para uso contra as formas prévias de coronavírus.
Desafio
No
momento, há 125 vacinas potenciais para o SARS-CoV-2 em andamento. Nem sempre é possível
desenvolver uma vacina que seja segura e eficaz contra um vírus, e o
coronavírus é especialmente desafiador. Segundo imunologistas e pesquisadores,
o problema é que os coronavírus têm sido historicamente difíceis na obtenção de
vacinas seguras, em parte porque o vírus infecta o trato respiratório superior.
Resposta imune
A
via aérea superior (cavidade nasal e orofaringe) é uma área quase impenetrável
para uma vacina. Apesar de estar dentro do corpo, ela é efetivamente
considerada uma superfície externa para fins de imunização. É quase como um
sistema imunológico separado, não acessível pela tecnologia de vacinas. Seria
como tentar obter uma vacina para matar um vírus na superfície da pele e, na
verdade, neutralizar um vírus "fora do corpo” é muito difícil. Como
produzir uma vacina bem sucedida se não houver uma resposta imune apropriada?
Segurança
Se
a vacina provocar uma resposta imunológica que erra as células-alvo, o
resultado pode ser pior do que se nenhuma vacina fosse dada. A segurança da
vacina é fator essencial. Pesquisadores nunca foram capazes de elaborar uma
vacina clinicamente comprovada contra qualquer cepa de coronavírus. Há grandes
desafios no desenvolvimento de uma vacina, e um dos principais é entender como
o sistema imunológico interage, não apenas com o patógeno (vírus), mas com a
própria vacina.
Potencialização imunológica
Enquanto correm
para criar uma vacina, os pesquisadores precisam garantir que ela não estimule
uma perigosa reação conhecida como potencialização imunológica, um efeito grave
da resposta imune que foi observado no desenvolvimento de vacinas passadas.
Testes de possíveis vacinas para doenças como dengue e SARS mostraram um
fenômeno paradoxal: animais ou pessoas que receberam a vacina e posteriormente
foram expostos ao vírus desenvolveram uma doença mais grave do que aqueles que
não tinham sido vacinados, podendo chegar a óbito. A potencialização
imunológica ativada pela vacina pode produzir uma resposta anômala à infecção
natural. Os mecanismos exatos desta reação exagerada do sistema imunológico
permanecem incertos.
Imunidade natural
Uma das
dificuldades para se obter a vacina contra COVID-19 é que a imunidade natural
ao coronavírus parece ser de curta duração. A boa notícia é que se houver uma
reinfecção, provavelmente haverá imunidade suficiente para impedir que se fique
gravemente doente. Mesmo que uma vacina pareça segura em animais, os testes de
segurança em humanos precisam ser absolutamente certificados antes de se
vacinar pessoas que ainda não foram expostas ao vírus, pela possibilidade de
efeitos colaterais realmente graves se elas pegarem o vírus. Ou seja, uma
vacina eficaz na proteção de animais não significa que vai funcionar em
humanos, pois um dos ditos na ciência é que “ratos mentem e macacos não dizem a
verdade".
Texto elaborado por: Dra. Tamara
Mazaracki.
Título de Especialista em Nutrologia – Associação
Brasileira de Nutrologia;
Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de
Nutrologia;
Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição
Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São
Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;
Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto
Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
*Nature Reviews
2020. The COVID-19 vaccine
development landscape.
*Immunity 2020. SARS-CoV-2 Vaccines: Status
Report.
*PNAS 2020. Avoiding
pitfalls in the pursuit of a COVID-19 vaccine.
*Science 2020. COVID-19
shot protects monkeys.
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