Os
organismos geneticamente modificados (OGM), também chamados de transgênicos,
são definidos como todo material biológico cujo código genético foi alterado
por meio de técnicas de laboratório, de uma maneira que não ocorreria
naturalmente.
No
caso dos alimentos modificados geneticamente, podem ser inseridos genes
provenientes de outros seres vivos. Esse procedimento pode ser feito até mesmo
entre organismos de espécies diferentes, como por exemplo, inclusão de um gene
de um vírus em uma planta. Esta técnica pode ser realizada com plantas, animais
e micro-organismos.
Entre os alimentos transgênicos, o
exemplo mais comum é o do milho que recebe o gene de uma bactéria para produzir
uma substância que destrói o sistema digestivo de uma praga de inseto,
evitando, assim, o uso de agrotóxicos.
Essas modificações começaram a ser
feitas pelo Homem desde o início da agricultura: há dez mil anos atrás as
populações existentes utilizavam métodos empíricos para melhorar geneticamente
as plantações. Esses estudos foram evoluindo ao longo dos anos até que o homem
conseguiu descobrir novas regras genéticas. Com essas descobertas começaram a
utilizar métodos racionais de melhoramento genético e não mais empíricos.
Recentemente, foi aprovado um projeto
de lei que acaba com a exigência do símbolo da transgenia nos rótulos dos
produtos OGM. Este projeto de lei tira o direito do consumidor de saber se o
alimento que ele consome é transgênico ou não. Mesmo que essa informação esteja
escrita de outra forma, não se sabe a determinação do tamanho da letra, e o
símbolo garantiria maior visualização e compreensão sobre o produto. Sem contar
que, na prática, a informação provavelmente vai estar do tamanho de letra de
bula de remédio, e com certeza, o consumidor vai consumir transgênico sem
saber.
Do outro lado, nos alimentos que não
são OGM, a lei permite o uso da rotulagem “livre de transgênicos”. A descrição
desse texto no rótulo continua a exigir a comprovação de total ausência de
transgênicos por meio de análise em laboratório, o que pode dificultar para os
pequenos agricultores, que teriam de pagar a análise para poder usar a
expressão.
Recentemente uma pesquisa realizada
por cientistas e estudantes da Universidade de Caen, na França, divulgou resultados
alarmantes, que trouxeram à tona a discussão sobre os possíveis efeitos dos
OGM. Neste estudo os ratos alimentados com alimentos transgênicos morreram
antes do previsto e desenvolveram câncer com mais frequência do que os outros
animais da espécie. O estudo mencionado comprovou uma mortalidade duas ou três
vezes maior entre as fêmeas tratadas com organismos geneticamente modificados.
Para facilitar a identificação
dos alimentos OGM, nós listamos alguns produtos que provavelmente contêm
elementos transgênicos:
● Aspartame: o aspartame é feito
a partir de três ingredientes: aspartate, fenilanina e mentol. Os três são
conhecidos por serem transgênicos. E, o aspartame não está apenas no adoçante
isolado, também está presente em refrigerantes e sobremesas diet.
● Óleo de Canola: nem todos
sabem, mas a canola não é uma planta. Canola é uma abreviação das iniciais de
Canadian Oil Low Acid (Óleo canadense de baixa acidez) e ela é feita a partir
de uma variedade de uma planta chamada Olza. Esta foi fertilizada de maneira
cruzada por cientistas, até que chegassem em uma versão da semente que não
fosse tóxica. Hoje em dia, cerca de 80% da planta Olza nos Estados Unidos para
uso alimentar é transgênica, para se tornar mais resistentes aos pesticidas.
● Milho, amido
de milho, xarope de milho: 85% do milho produzido no Brasil e nos EUA é
transgênicos. O problema é que os derivados do grão, como o amido de milho
e o xarope de milho estão presentes em quase todos os alimentos processados que
você encontra no supermercado.
● Margarina: a maioria é feita de canola geneticamente
modificada.
● Leite: o gado leiteiro é alimentado, geralmente, com
farelo de soja – proveniente de uma variedade geneticamente modificada do grão.
Além disso, fazendeiros injetam no gado um hormônio de crescimento transgênico,
que aumenta a produção de leite.
● Salsicha: além da carne processada, a salsicha contém na
mistura o amido de milho sobre o qual falamos aqui em cima.
● Soja e lecitina: no
Brasil, 92,4% das lavouras de soja são plantadas com sementes transgênicas. A
soja geneticamente modificada já foi ligada a uma série de problemas de saúde.
A lecitina é um espessante feito a partir de soja presente em muitos produtos
industrializados que você consome no dia a dia.
Com toda essa variedade de
alimentos transgênicos e a falta de informação para a população, é importante
alertar que são vários os riscos destes para a saúde, tais como:
● Aumento das alergias: a alteração da estrutura
genética do alimento pode desencadear alergias, pela formação de novas
proteínas e aminoácidos no alimento.
● Aumento de resistência aos antibióticos: Para se
certificar de que a modificação genética “deu certo”, os cientistas inserem
genes (chamados marcadores) de bactérias resistentes a antibióticos. Isso pode
provocar o aumento da resistência a antibióticos nos seres humanos que ingerem
esses alimentos. Em outras palavras, pode reduzir ou anular a eficácia dos
remédios à base de antibióticos, o que é uma séria ameaça ao tratamento de
várias doenças.
● Aumento das substâncias tóxicas: Existem plantas
e micróbios que possuem substâncias tóxicas para se defender de seus inimigos
naturais, os insetos, por exemplo. Na maioria das vezes, essas substâncias não
fazem mal ao ser humano. No entanto, se o gene de uma dessas plantas ou de um
desses micróbios for inserido em um alimento, é possível que o nível dessas
toxinas aumente muito, causando mal às pessoas.
Dica importante: sempre que
possível, opte por alimentos não transgênicos. Não deixe de se interessar sobre
o processo de produção dos alimentos, investigue se é transgênico ou se tem
algum ingrediente modificado. Nossa saúde vem da qualidade dos alimentos,
portanto temos que saber o que estamos comendo.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Alimentos Transgênicos. Instituto Ana Paula Pujol.
Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br Acessado
em: 24/03/2016.
Farias, SCG. Percepção
dos Alunos da Universidade do Rio de Janeiro sobre a Produção e o Consumo de
Transgênicos no Brasil. REDE – Revista Eletrônica do Prodema, 2014; v.8, n.1,
p. 84-94.
Santos, SCR. Avaliação do conteúdo alimentos transgênicos, nos livros de biologia do ensino médio adotados pela rede pública no município de Cascavel – PR. [Monografia de Especialização]. Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFP, 2012.
Seralini, G. et al. Long term toxicity of a Roundup herbicide and a Roundup-tolerant genetically modified maize. Food and Chemical Toxicology 2012; v. 50, n. 11, p. 4221–4231.
Souza, JVS. Percepção dos consumidores do distrito federal sobre alimentos transgênicos. [Mestrado em Agronegócios]. Universidade de Brasília – UnB, 2013.
Tudo que você precisa saber sobre os transgênicos.
Meu Prato Saudável. Disponível em: www.meupratosaudavel.com.br Acessado
em: 24/03/2016.
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