O
pão é um alimento amplamente consumido por diversas faixas etárias e classes
sociais, definitivamente um alimento sem preconceitos. Por ser bastante
acessível, incrementá-lo com ingredientes que possam colaborar com a saúde de quem
os consome é uma ótima opção.
Mas seria interessante trocar o
tradicional pão francês ou aquele convencional pão de forma branco por pães
mais elaborados, com elevados teores de fibras? A resposta para essa questão é
positiva. Essa troca é uma alternativa muito válida para aquelas pessoas que
buscam se alimentar de forma mais saudável e procuram aliar qualidade de vida
com a nutrição.
Esses pães com a composição
nutricional diferenciada são conhecidos como pães integrais, que são aqueles
fabricados com a farinha do cereal em sua forma integral, ou seja, os grãos
utilizados para fabricação apresentam em sua composição o gérmen, endosperma e
farelo e a farinha confeccionada não passa pelo processo de refinamento. Devido
à presença desses componentes o produto final acaba apresentando um teor
elevado de fibras alimentares.
As fibras podem ser classificadas
como solúveis ou insolúveis. As primeiras, como o nome diz, têm a propriedade
de se misturar com a água e são encontradas principalmente nas frutas e vegetais,
mas encontradas também em quantidades consideráveis nos pães integrais. Este
tipo de fibra está relacionado com a redução do colesterol ruim (LDL) e
consequentemente o aumento do colesterol bom (HDL), redução dos níveis de
triglicerídeos e açúcar no sangue, ajudando assim a prevenir doenças
cardiovasculares.
As insolúveis, assim chamadas porque
não se misturam com água, são celuloses (as hemiceluloses e a lignina). Essas
cumprem uma função fundamental na motilidade intestinal concorrendo para o aumento
do bolo fecal, deixando as fezes mais leves, úmidas e volumosas, facilitando
seu trânsito. Com isso evitam a prisão de ventre e reduzem o risco das doenças
gastrointestinais. Podem ser encontradas principalmente nos cereais integrais,
como é o caso do pão integral.
Mas já que o pão integral apresenta
um teor de fibras maior que o tradicional é correto afirmar que esse alimento é
funcional? Nesse ponto tudo depende. A ANVISA regulamenta que para um alimento
ser considerado funcional quanto ao teor de fibras deve conter no mínimo 3,0g
de fibra alimentar por fatia de pão. Agora você deve estar se perguntando: como
sei quanto de fibra tem cada fatia de pão? Uma fatia de pão, no caso dos pães
comerciais, é a porção alimentar determinada pela ANVISA para pães.
Nessa quantidade de alimento deve
haver os 3,0g de fibras para que haja os benefícios a saúde esperados. A tabela
nutricional disposta no rótulo do alimento mostra a quantidade de cada
ingrediente em 100g do produto e por porção do alimento, basta olhar a
rotulagem e ver se no pão integral que você está levando tem 3,0g de fibra
alimentar por porção do alimento. Alguns pães integrais não apresentam essa
quantidade de fibras. Fica o alerta de sempre observar a rotulagem dos
alimentos para não levar gato por lebre. Os alimentos com esse apelo a saúde
acabam por ter um valor agregado maior e pagar mais por um produto que não
trará tais benefícios não faz bem nem a saúde e principalmente a saúde do
bolso. Por isso olho nos rótulos e lembrando sempre que nem todo pão integral é
um alimento funcional.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Santana,
ATMC. Pão integral como fonte de fibra alimentar: verdade ou mito? Grupo de
Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Resolução n. 17, 18 e 19, de 30 de abril de 1999. Aprova
o Regulamento Técnico que Estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e
Comprovação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de
Alimentos. Brasília, 1999.
SALGADO, J. M. Alimentos inteligentes: saiba
como obter saúde por meio da alimentação. São Paulo: Prestígio editorial, 2005.
v.2, p. 44-46.
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